Chamada para a participação de todo o campo antimanicomial do DF
O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal, por meio da sua Comissão de Direitos Humanos, Saúde Mental e Políticas Sociais, convida usuárias e usuários dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do DF, bem como integrantes de movimentos sociais da saúde do DF, além de psicólogas e psicólogos a enviarem textos, fotos e vídeos de ações e práticas antimanicomiais, a serem compiladas e divulgadas nas nossas redes sociais a partir do dia 18 de maio no Mural Antimanicomial do CRP 01/DF. Para participar, envie seu material para comunicacao@crp-01.org.br juntamente com seu nome completo e Região Administrativa onde reside.
Há mais de trinta anos, o dia 18 de maio é celebrado e construído de forma colaborativa entre trabalhadoras, familiares e usuários da saúde mental, para chamar a atenção para o lema “Por uma sociedade sem manicômios”. Trata-se da luta por tratamento e cuidado em liberdade e da garantia de direitos das pessoas com sofrimento dito “mental”, uma nomenclatura em si individualizante. A luta antimanicomial é a luta pelo fim de todos os manicômios; os manicômios feitos de pedra, que ainda existem no Brasil e que confinam pessoas ao longo de toda a vida, e os manicômios simbólicos, feitos de práticas e discursos que reiteram o isolamento, a tortura, o confinamento, a tutela e o extermínio de corpos e discursos desobedientes à norma “mental”.
Neste dia, historicamente protagonizado pelo movimento da luta antimanicomial, lembramos a crueldade da estratégia medieval de aprisionamento da loucura, e celebramos as conquistas do campo antimanicomial, que defende e promove cuidado comunitário e integral.
A RAPS, através do trabalho de seus e suas agentes, promove a atenção psicossocial nos territórios, atuando na busca da integração da saúde e do bem-estar das famílias, das pessoas e dos corpos em sofrimento. Os movimentos organizados da saúde promovem cidadania e se enlaçam à vida de protagonistas que venceram as patologizações e confinamentos.
O CRP 01/DF quer ouvir as vozes antimanicomiais do Distrito Federal. Mande sua contribuição!
Bloco do Rivotrio
“O Bloco do Rivotrio propõe uma folia ativista de inclusão e engajamento social da loucura contra a clausura! Acreditamos no potencial da rua, da cidade, dos encontros e afetos. Trabalhamos a autonomia da pessoa em possível sofrimento, visando a expressão singular e o pertencimento coletivo. Mobilizamos a comunidade em dialogar com o dito diferente e transformar delírios em fantasias, alucinações em marchinhas, paranoias em confetes, solidão em serpentinas. Desfrutando de toda liberdade e magia do carnaval.
Em 2011, por demanda de algumas pessoas consideradas loucas que se sentiam ainda mais segregadas na época do carnaval, foi construído um Bloco para acolher o pânico, a paranóia e outras diversas angústias e chamar atenção da população frente ao tema da saúde mental. Pela folia criou-se um espaço de diálogo com a cidade sobre a dimensão do sofrimento/existência. Fomos aos poucos ocupando o comércio e hoje a rua toda, de fato mobilizando e trazendo conscientização. Revigora assim um Bloco ativista que luta por uma sociedade da soma dos afetos, da escuta e compreensão, da empatia e solidariedade invés da indiferença e silenciamento.”
“Capetão Pandemia" - Samba enredo 18 de maio
Tantas Almas de Dandara
De Zumbis a Guajajaras
Eu sei bem de suas lutas
Das histórias mal contadas
Eu que vim um Dom Quixote
Corpo Nise da Silveira
Sou criança no presente
Carregando um delírio
da mais profunda razão:
Libertar a verdade
dos muros da prisão
Todo dia Liberdade
pro juízo da Nação
foi parido na mentira
que um tirano apareceu
enganador falso traíra!
será que o povo se esqueceu
de um tempo de opressão e violência
onde toda divergência foi calada com a dor?
e hoje a liberdade ameaçada
a verdade apagada
tudo em nome do Senhor!
Brasil, que bicho te mordeu
você caiu na armadilha da ilusão?
um rei mau coroado
te convenceu
a vender toda riqueza da nação
Não vai ter perdão
pra desonestidade da razão
a loucura vem cobrar
mas a história é quem vai te castigar
hoje é o soberano
capetão pandemia
serviçal do Tio Sam
e não há qualquer milícia
que lhe tire dessa fria”
Composição:
Centros de Convivência Oeste/Barreiro/São Paulo e Pampulha sob a coordenação de Raphael Sales e Helvécio Viana
Raphael Sales - Voz e violão
Caio Bikari - Cavaquinho
Almin Bah - Agogô, tamborim, surdo, caixa, pandeiro
Felipe Cordeiro - Tantan, ganzá, cuíca, surdo, caixa, pandeiro
Direção musical: Raphael Sales e Almin Bah
Gravado e produzido por Ruy Montenegro no dia 16 de maio de 2020 no Studio Gênesis
Por Uma Sociedade Sem Manicômios!
Projeto Conviver
O Projeto conviver vem desde 2016 realizando atividades em prol da luta antimanicomial. Essas tendem a ser criativas e contrárias aos obsoletos e cruéis métodosutilizados no passado.
A arte tem se mostrado como principal método de intervenção nas casas de passagem, centros de atenção psicossociais e nos colóquios promovidos nos últimos anos.
Devido ao cenário da atual pandemia, não pudemos trazer os verdadeiros protagonistas desse vídeo. Mas trouxemos um compilado de registros artísticos por eles produzidos.
Acesse o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=_0h0_deLTDY&feature=youtu.be
Acesse o curta "A Cura" em: https://www.youtube.com/watch?v=S2rDB8piHGM&feature=youtu.be
Acesse o canal do CAPS II Paranoá: https://www.youtube.com/channel/UCwHX0R5jaoSD9Qeo5bZFV0Q
Assista ao vídeo Mentecapto: https://www.youtube.com/watch?v=PtxUuxi6k6M&t=12s
Grupo Porta do Mundo
Formado em 2017, o grupo Porta do Mundo busca fortalecer seu trabalho autoral em Brasília referenciado na tradição, pautado em questões atuais e ligado ao cotidiano da cidade, integrando produções rítmicas populares e regionais. A musicalidade do grupo se compassa na batida da zabumba, no vibrar do ganzá e no dedilhar do violão, entre outros instrumentos, em celebração brincante aos festejos populares. O repertório é o diálogo entre o coco, maracatu rural, baião, cavalo marinho, entre outros – e temas como o Cerrado, suas cachoeiras, amores e as lutas contra todas as formas de opressão.
O nome do grupo surgiu de uma construção poética gestada coletivamente, que versava sobre as forças da natureza, a potência criadora da humanidade e o fazer coletivo como “Porta do Mundo” na produção do diálogo e da musicalidade entre todos os seres. Desta forma, busca dar contorno às dimensões poéticas a extensão de ritmos e aos estilos musicais apresentados pelo grupo.
Ouça "Lutar e Amar": https://www.youtube.com/watch?v=sfaVieBnMwo&feature=youtu.be
www.facebook.com/portadomundo
www.instagram.com/portadomundodf
www.youtube.com/channel/UCzp3p_06DLMdVFu7-CH83Bw
(61) 98333-6226
Reforma Psiquiátrica é um movimento histórico que luta contra todas as formas de manicômio, internas e externas. Na situação mundial atual, na qual uma pandemia nos obriga a um isolamento necessário para barrar a disseminação do vírus, se coloca também a Luta Antimanicomial em um novo panorama. Existem pessoas, várias, diversas, que já se submetem a um isolamento compulsório. Quem são? Aquelas que têm sofrimento mental grave e persistente e ou necessidades decorrentes do uso de drogas.
O isolamento já é sofrido para quem possui condições normais e privilegiadas (ter casa, alimento, acesso à saúde). Imagine a dimensão do sofrimento que emerge do isolamento que não vem sozinho, que é acompanhado de violência, privação de abrigo, comida e convivência social. Imagine para as pessoas que, em situação de crise, precisam ser submetidas a aglomerações nos hospitais psiquiátricos e nos manicômios que persistem, amarradas nos leitos de emergência, totalmente à margem dos cuidados e impedidas de acesso a assistência adequada.
Nesse sentido, neste momento, o Movimento Pró-saude Mental do DF se pronuncia e defende o que deveria ser premissa e direção de todas as políticas públicas: o cuidado em liberdade. A garantia à convivência e a ocupação da cidade são mais do que bandeiras a serem levantadas, são necessidades primeiras.
Saudações Antimanicomiais! O Movimento Pró-Saúde Mental do DF resiste por uma sociedade sem manicômios.
Assista aos vídeos: https://www.facebook.com/pg/saudementalantimanicomialdf/videos/?ref=page_internal
Grupo Maluco Voador
Formado em 2012, o grupo Maluco Voador surgiu de uma oficina de música realizada no Centro de Atenção Psicossocial - CAPS II do Paranoá, em parceria com o Ponto de Cultura Tambores de Paranoá. Atualmente, é composto por usuários, trabalhadores e familiares do CAPS, e parceiros da comunidade. A musicalidade do grupo se costura entre a batida do zabumba, a pisada dos pés e a celebração da vida. O grupo traz como proposta explorar ritmos populares como Ciranda, Coco e Baião, no diálogo entre as histórias de vida e trajetórias culturais dos músicos. Explora composições próprias e alguns clássicos de cancioneiros populares como Luiz Gonzaga, Alceu Valença e canções de domínio popular. Em 2016, o grupo foi o primeiro colocado na categoria audiovisual do Prêmio Victor Valla de educação popular em saúde, seleção nacional organizada pelo Ministério da Saúde.
Conheça mais sobre o projeto Maluco Voador: