Este ano, o manifesto das lutas pelos direitos LGBT teve como tema "O que define a família é o amor"
As conselheiras Luiza Pereira e Daniela Santos representaram o Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal na 10ª Parada LGBTs da região administrativa de Taguatinga. Na ocasião, discursaram sobre a posição da Psicologia quanto a resolução CFP 001/99 que dispõe sobre a homossexualidade como uma das possibilidades de expressão da sexualidade humana, além de manifestarem posição contrária ao Estatuto da Família.
"Atualmente estamos vivendo o retrocesso de direitos e avanço da parcela fundamentalista e conservadora da sociedade, consequência disso é a recente aprovação do Estatuto da Família, que acarretará não apenas a negação de direitos da população LGBT, como também afetará a vida de milhares de crianças que passam por processos de adoção por casais do mesmo sexo", adverte a conselheira Luiza Pereira, lembrando que o CRP DF considera que a homofobia não se resume a violências físicas e assassinatos, mas também a práticas cotidianas, discursos e omissões que vêm sendo reproduzidos historicamente. Segundo ela, é inadmissível que o Estado interfira sobre o direito privado das famílias em suas diversidade e heterogeneidade: "qualquer tentativa de enquadramento das famílias tolhe a essência desse núcleo e não muda a sua existência, principalmente em um país que possui uma Constituição fundamentada na laicidade e nos Diretos Humanos. É de se espantar que a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprove tal teor com fator impeditivo de essas famílias receberem a atenção e assistência do Estado, assim como aquelas determinadas no Estatuto", opina a psicóloga.