Profissionais de Psicologia expuseram preocupação com retrocessos
O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP DF), representado pela conselheira Ingrid Quintão e pelo conselheiro Edmar Carrusca, participou na última segunda-feira (23) de audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o acesso a uma política de saúde mental integral no Brasil.
No evento, proposto pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF) a pedido de movimentos sociais, estiveram presentes parlamentares, profissionais da área, pesquisadores e usuários da rede de saúde mental, que compartilharam experiências e perspectivas para melhoria das redes de atenção à saúde. Também esteve presente o secretário-adjunto de Direitos Humanos do DF, Carlos Alberto Santos.
A necessidade de fortalecimento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), de capacitação e formação continuada de profissionais da área de saúde mental, além da implementação de estratégias de políticas transversais foram alguns dos pontos que receberam destaque durante o debate.
A conselheira regional Ingrid Quintão e a presidente da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), Fernanda Magano, expuseram a preocupação dos profissionais de Psicologia com os retrocessos que o País vem vivenciado nos últimos anos. "Lidar com a saúde mental no Brasil tem sido adoecedor", desabafou a conselheira. "Lutamos tanto para conseguir a aprovação de uma lei que, minimamente, atendesse às necessidades da população e hoje convivemos com o retrocesso na garantia de direitos elementares ao ser humano", pontuou.
"É visível o processo de desconstrução das políticas públicas de saúde mental no Brasil", observou Fernanda Magano. "Em posição contrária a toda uma ação de reforma psiquiátrica e de luta antimanicomial, temos hoje, por exemplo, um movimento do poder público para financiamento de comunidades terapêuticas em detrimento do Sistema Único de Saúde (SUS), observou.
Ainda na oportunidade da audiência, os presentes ressaltaram a importância de uma reunião com o ministro da saúde para discutir a concepção das políticas de saúde mental no País.