Conselho profissional recebeu o psicólogo Pedro Paulo Bicalho, professor da UFRJ
O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP DF) sediou evento preparatório para o 9º Corep-DF/CNP no início deste mês, no qual psicólogas e psicólogos discutiram sobre o papel e possíveis contribuições da Psicologia para a garantia de direitos dentro do sistema jurídico-penal.
A provocação inicial foi feita pelo psicólogo e professor da UFRJ, Pedro Paulo Bicalho. Entre outras reflexões, o professor dialogou com os presentes sobre as diferenças entre os processos de incriminação e criminalização, destacando a presença de psicólogos nas etapas que vão desde a prevenção à execução penal.
Bicalho dedicou especial atenção aos processos de criminalização, observando entre eles etapas como normatização, normalização, estigmatização e correção. Para ilustrar a importância de ter clareza sobre esses processos, usou o exemplo que pessoas homossexuais que acabam recorrendo a profissionais solicitando uma "cura" para sua orientação sexual. "Em uma sociedade que mata 280 homossexuais por ano, é muito fácil entender por que algumas pessoas procuram curar-se de uma estigmatização que faz sofrer. É de se esperar que as pessoas busquem uma correção com vistas à normalização", provocou.
A conselheira presidente do CRP DF, Cynthia Ciarallo ressaltou a importância de pensar o papel da Psicologia nesses processos. "Em que medida o nosso lugar ou o nosso fazer profissional não reproduz práticas contrárias às próprias diretrizes da nossa profissão?", indagou.
Em seguida os profissionais sistematizaram propostas para o Corep-DF, que será realizado em maio, entre elas a ampliação do debate acerca de objetivos e rotinas de trabalho das áreas psicossociais do sistema jurídico-penal, a ampliação do diálogo com os demais conselhos profissionais que estão presentes no sistema, entre outras sugestões.
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