Papel da Psicologia no enfrentamento ao racismo e outras práticas discriminatórias foi um dos temas de destaque no encontro realizado no CRP DF
O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP DF), com o apoio da Articulação Nacional de Psicólogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es) (ANPSINEP), recebeu na última quinta-feira (31) profissionais e estudantes dedicados a dialogar sobre sociedade, racismo e sofrimento psíquico. Durante todo o dia, diversos expositores se revezaram em palestras e oficinas de provocação para o Congresso Regional de Psicologia do DF (COREP/DF) e Congresso Nacional de Psicologia (CNP), que serão realizados ainda neste semestre.
A conselheira presidente do CRP DF, Cynthia Ciarallo, deu início aos trabalhos, destacando a importância do fortalecimento das discussões acerca do racismo na sociedade e a necessidade da participação dos profissionais de Psicologia nos espaços democráticos de debate e deliberação do Sistema Conselhos de Psicologia.
Para a conselheira Márcia Maria da Silva, que esteve à frente da organização do evento, as psicólogas e os psicólogos devem colaborar para a criação de condições que visem a eliminar a opressão e a marginalização, conforme descrito na Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 18/2002. “O racismo tem sido fonte de adoecimento nas relações que perpassam o cotidiano da sociedade brasileira”, destaca Márcia. “É necessário que os psicólogos possam refletir sobre a construção coletiva de uma Psicologia que garanta o reconhecimento dessas práticas discriminatórias buscando assegurar pesquisas, reflexões e debates sobre o tema, com a finalidade de reduzir o sofrimento dos negros, que desde o período escravocrata vêm sofrendo o ataque impiedoso à sua humanidade”.
No período da tarde, a psicóloga Maria Lúcia da Silva realizou uma dinâmica com os participantes no sentido de provocar a discussão sobre racismo e sofrimento psíquico na prática clínica. "Como profissionais, precisamos avaliar se existe a possibilidade de provocarmos o sofrimento em alguém quando nosso objetivo é justamente o oposto. Todo mundo já sofreu ou sofre alguma prática de discriminação, mas precisamos reconhecer que alguns grupos vivem com essa agressão cotidianamente", observou.
Após a oficina, os participantes do evento se reuniram para discutir propostas para o 9º COREP/DF, destacando a importância da capacitação profissional dentro da temática étnico-racial e da criação de espaços de acolhimento para vítimas de racismo. Também foi lançado na oportunidade o cadastramento de estudantes, profissionais de Psicologia e pesquisadores das relações étnico-raciais.
As conselheiras regionais Tatiana Lionço e Luiza Pereira também estiveram presentes na ocasião.
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