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25 DE JULHO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA LATINO-AMERICANA E CARIBENHA

25 DE JULHO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA LATINO-AMERICANA E CARIBENHA



Psicóloga, mulher e negra\r\nPor Marcia Maria da Silva*\r\nConselheira do CRP DF

\r\nSer Psicóloga, Mulher e Negra em um país como o Brasil tem sido um grande desafio. A Psicologia tem como uma de suas finalidades entender o sofrimento que perpassa o sujeito. No entanto, em sua constituição como ciência, deixou lacunas, pois não se dedicou a estudar as subjetividades de mulheres, negras/os, índias/os e demais minorias.

Como invisibilidade não quer dizer ausência, o problema racial brasileiro, principalmente relacionado às mulheres negras, tem forçado a Psicologia a debruçar-se sobre o tema. Assim, surge a Resolução do Conselho Federal de Psicologia – CFP nº 18, de 2002, que estabelece normas de atuação para as/os psicólogas/os em relação ao preconceito e à discriminação racial, confirmando a necessidade de as/os psicólogas/os colaborarem na eliminação da opressão e da marginalização do ser humano.

Nesse aspecto, surge em 2010, o primeiro encontro das psicólogas/os negras/os na Universidade de São Paulo – USP, proporcionando o aparecimento da Articulação Nacional de Psicólogas/os Negras/os e Pesquisadoras/es – ANPSINEP, que realizou um segundo evento em Recife e fez emergir várias discussões em todo o território nacional. A finalidade é que a pauta racial entre definitivamente na agenda da psicologia brasileira.

Notadamente, às mulheres negras, cumpre salientar a urgência de alertar e sensibilizar as psicólogas/os sobre as peculiaridades dos sofrimentos físicos e psíquicos pelos quais passam essas mulheres. Os depoimentos abalam e surpreendem, até mesmo quem já vivenciou situações semelhantes como a signatária: “nós negras e negros não morremos só de tiros: morremos de depressão”; “sinto-me fatigada, desamparada e com medo até de sair de casa e encarar o mundo, parece que fora da minha zona de proteção não há um dia sem sufoco, perturbação, dor e racismo”. Esta foi uma declaração de uma mulher negra numa reportagem do Geledés.

Embora parcialmente reconhecido, o preconceito racial não foi ainda, suficientemente debatido e enfrentado. Cabe pontuar que o racismo é uma grave violação dos direitos humanos haja vista a desumanização da pessoa negra. A Psicologia pode elucidar as implicações desses fatos nas subjetividades das mulheres negras e pode ser uma significativa ferramenta de empoderamento da mulher negra.

*Márcia Maria da Silva é conselheira regional de Psicologia do DF, psicóloga pelo Centro Universitário de Brasília, CRP-01/17417 e colaboradora eventual do jornal O Miraculoso, com reflexões sobre relações raciais e Psicologia. Atuou na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR/PR e atualmente integra o GT Racismo e Saúde Mental do Ministério da Saúde.



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