Desta vez, além da Psicologia, a discussão envolveu outras profissões ligadas de alguma forma à prática do Coaching
Motivado pelas recentes polêmicas e pela elevada quantidade de dúvidas envolvendo a atividade de Coaching, o Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal promoveu a II Roda de Conversa: Precisamos falar sobre Coaching! O evento ocorreu na noite desta quarta-feira (21) e reuniu mais de 70 profissionais de diferentes áreas no auditório do órgão, entre elas Nutrição, Publicidade, Direito, Educação Física, além da maioria de psicólogas e psicólogos, todos interessados em esclarecer as possibilidades e os limites da atuação do coach nas diversas carreiras. A partir deste debate, foi proposta a criação de um GT para debater sobre o assunto, bem como criar campanhas de orientação para sociedade e a categoria.
Para um dos expositores, o psicólogo Marcello Menezes, o coaching é uma atividade da saúde, que não deve ser desempenhada por outras áreas do saber: “é um campo da saúde humana, pois em todos os processos, num ou noutro momento, surgem questões de saúde comportamental”, explica. Marcello se formou em Coach Psiychology e se especializou em Master Coach nos Estados Unidos, onde, segundo ele, os cursos formadores de Life Coaches são voltados para profissionais que possuem conhecimento e habilidade em comportamento, diferentemente dos demais coaches (treinadores), que podem ter diversas profissões.
O encontro foi idealizado pela Comissão Especial de Psicologia Organizacional e do Trabalho (CPOT) e pela Comissão Especial de Psicoterapias e Clínica (CPC) do CRP 01/DF e contou ainda com a participação da conselheira do Conselho Regional de Nutrição Primeira Região (CRN1) Renata Monteiro, que expôs as dificuldades acerca das relações entre coaching e nutrição. Doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, mestra em Nutrição Humana, além de graduanda em Psicologia, a nutricionista Renata relatou diversas situações em que profissionais de nutrição se utilizam do título de coach para burlar, de certa forma, o código de ética da profissão, bem como outras em que pessoas praticam atividades exclusivas da nutrição sem a devida formação, com o argumento de serem certificadas em coaching.
“O conhecimento é livre, mas a prática é privativa”, alerta o conselheiro Vitor Barros, coordenador da CPOT, que conduziu o debate. Ha outras polêmicas que este debate suscita desde a primeira rodada, como o uso indiscriminado da hipnose e da constelação familiar. Além de Vitor, o conselheiro tesoureiro, Leovane Gregório, a presidente do CRP 01/DF, conselheira Andreza Sorrentino, também marcaram presença e deixaram sua contribuição para a roda de conversa, na qual os presentes puderam participar ativamente com perguntas e comentários.
Quem não pôde comparecer fisicamente, também teve a oportunidade de acompanhar as discussões pela fanpage do CRP 01/DF no Facebook. Apesar de alguns problemas técnicos, o Conselho vem tentando atender aos inúmeros pedidos de transmissão ao vivo e informa que está investindo em recursos materiais para aprimorar as filmagens dos próximos eventos.