O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP 01/DF) realizou, na última quinta-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos, o seminário on-line "Políticas públicas e garantia de direitos: o que a Psicologia tem a ver com isso?".
Em um dia inteiro dedicado à discussão de contribuições da Psicologia para a resistência em tempos de ameaças aos direitos fundamentais garantidos pela Constituição Brasileira, foram realizadas quatro mesas de debates com apoio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) no DF e profissionais de diferentes áreas.
Na mesa de abertura, com o tema "População indígena, negra e as violações de direitos", a conselheira presidenta do CRP 01/DF, Thessa Guimarães, ressaltou a importância de psicólogas e psicólogos estarem atentas e atentos ao desmonte que vem sendo sistematicamente promovido pelo Governo Federal nas políticas públicas de saúde mental, alertando sobre os impactos de um possível "revogaço" proposto na última semana pelo Ministério da Saúde de 100 portarias voltadas à Reforma Psiquiátrica brasileira.
"A contribuição que o Conselho Regional de Psicologia do DF tem procurado fazer é se pensar como um espaço de organização política do nosso campo da saúde mental. Nós temos participado das agendas da Frente Ampliada em Defesa da Saúde Mental, da Reforma Psiquiátrica e Luta Antimanicomial; temos participado das agendas com o Conselho Federal de Psicologia (CFP) junto ao Sistema Conselhos e talvez seja a ocasião de lembrar nosso assento em diferentes conselhos de direitos no Distrito Federal, como o Conselho de Assistência Social, o Conselho de Drogas e Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente", destacou a conselheira. "Compreendemos a Reforma Psiquiátrica como o espaço onde se luta pela liberdade e pela dignidade da população mais fragilizada da nossa sociedade, nessa transversalização entre raça, classe e gênero, nós sabemos que a peste de louca e louco é dada ao corpo rebelde, ao corpo que acreditam merecer confinamento, tortura e morte, que é na prática o que acontece nos hospitaid psiquiátricos, nos manicômios e em comunidades terapêuticas por todo o Brasil", completou.
No período da tarde, as conselheiras Julia Salvagni e Tania Inessa de Resende receberam diversos convidados nas mesas 2, com o tema "O papel da/o psicóloga/o na rede de atendimento e a importância do diálogo intersetorial" e 3, com o tema "Estratégias para cuidar da população durante a pandemia". A mesa de encerramento foi coordenada pelo conselheiro Rafael Gonçalves, que trouxe para discussão o tema "Masculinidades, saúde mental e violências".
Você pode assistir a algumas dessas discussões já realizadas e novas transmissões de debates no canal do CRP 01/DF no YouTube: www.youtube.com/crp01df.
Veja alguns registros dos debates:
Mesa 1: População indígena, negra e as violações de direitos |
Mesa 2: O papel da/o psicóloga/o na rede de atendimento e a importância do diálogo intersetorial |
Mesa 3: Estratégias para cuidar da população durante a pandemia |
Mesa 4: Masculinidades, saúde mental e violências |