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CICLO DE DEBATES: CRP 01/DF PROMOVE DEBATE SOBRE ESCUTA E GARANTIA DE DIREITOS DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

CICLO DE DEBATES: CRP 01/DF PROMOVE DEBATE SOBRE ESCUTA E GARANTIA DE DIREITOS DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA


3ª Edição do Ciclo de Debates DH e SM se baseia no documentário “No rastro das cargueiras” para debate

Na manhã de sábado (31 de julho), o Grupo de Trabalho sobre População em Situação de Rua da Comissão Especial de Direitos Humanos, Saúde Mental e Políticas Sociais do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP 01/DF) realizou a 3ª edição do Ciclo de Debates Direitos Humanos e Saúde Mental, com o tema “Escuta e garantia de direitos de pessoas em situação de rua”. O debate ocorreu pelo canal do CRP 01/DF no YouTube e contou com a participação de personalidades que lutam diariamente pelos direitos das pessoas que se encontram em situação de rua.

O evento on-line foi mediado pela conselheira presidenta do CRP 01/DF, Thessa Guimarães, que também participa do Coletivo Psicanálise na Rua. Ela trouxe relevantes questionamentos a cada participante e também direcionou a elas/ele as perguntas e comentários do público, que chegam por meio das participações ativas no chat ao vivo.

O debate foi intenso, motivando os seguintes destaques:

Dona Caçula (Francisca), protagonista do filme “No rastro das cargueiras”: “Dá muita revolta mesmo! A gente é sempre começando do zero, porque o governo não deixa as pessoas trabalharem. A gente quer trabalhar e o governo não deixa. É eles vindo e acabando com tudo, deixando a gente na chuva... é muito sofrimento, com criança... frio... é muito frio, mas é o jeito que tem, sair de madrugada para trabalhar, porque agora só tão deixando trabalhar de madrugada.”

Márcia Caldas, psicóloga, servidora pública, atuação em saúde mental e participante do "Café com Escuta" com o coletivo Observa Poprua: “Quando você está no consultório, você tem as paredes para lhe proteger. Na rua, é você quem tem que se dar a proteção: é o seu afeto, junto com o afeto da pessoa, é sua agressão, junto com a agressão da pessoa. Tudo é uma troca que você vai construindo. E se você vai sempre, o ambiente se torna terapêutico. É desafiador! A pandemia é um momento emergencial, precisamos de políticas púbicas.”

Urânia Flores, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Linguagem e Sociedade da Universidade de Brasília – NELIS/CEAM/UnB: “Se não se estabelecer um vínculo com a populaçãoo de rua, não se consegue fazer nada por ela. Precisamos ver as políticas públicas de forma intersetorial e transversal, por meio da saúde. Algumas vezes por meio do trabalho. É preciso ouvir o que essas pessoas querem. E elas sabem o que elas querem. Muitos esquecem que elas são pessoas que têm direito. Direito a terem direitos.”

Kleidson Oliveira, coordenador do Fórum de Rua do DF, conselheiro de saúde de Sobradinho e militante do movimento Pró-Saúde Mental DF: “Tem muitos problemas que a gente está vivendo aqui, muitas dificuldades, perda de direitos, preconceito e higienismo por parte do Estado. Além disso, o Estado vem com essa de dar suporte aos mini-manicômios. Se os psicólogos, as psicólogas, não trabalharem a questão de politizar seus usuários, eles não vão conseguir erguer a cabeça. Não somente escutar o sofrimento, mas favorecer pros sujeitos o engajamento na luta.”

Carol Matias, diretora do filme "No rastro das cargueiras", documentarista e fotógrafa: “Você vê no filme uma derrubada. Mas quantas derrubadas a Dona Caçula não sofreu, quantas derrubadas a gente já não viu após o filme... A gente tem uma política caríssima e fadada ao fracasso, que até os próprios auditores da Agefis falam que é ‘enxugar gelo’. No meu ponto de vista háa uma preguiça intelectual de pensar soluções efetivas. Se para a questão humanitária já é muito grave, para a questão da cidade eles também não são eficazes. É o estado contra a população.”

Antes dessa edição, o Ciclo de Debates Direitos Humanos e Saúde Mental já discutiu outros dois tema: “Para além da periculosidade: interfaces e fricções entre Direito e Saúde Mental” e “Luta antimanicomial no DF: história, desafios, próximos passos...”. O quarto e último encontro ocorrerá no dia 28 de agosto, sábado, às 10h. Acompanhe as redes sociais do CRP 01/DF para saber mais.



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