O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP 01/DF), representado por sua conselheira presidenta, Thessa Guimarães, foi uma das entidades presentes no último dia 2 de setembro, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para discutir a situação da política de saúde mental na região.
Na oportunidade, Thessa Guimarães alertou sobre a situação do Instituto de Saúde Mental (ISM) que, em sua avaliação, está funcionando como um um depósito de pessoas, que chegam ali como destino final de um fluxo de atenção que não está dando conta de lidar com todas as vulnerabilidades do DF.
A conselheira ressaltou ainda que é que é preciso intervir na casa de passagem pois "é inaceitável que prossigamos com a violação de direitos das pessoas que estão ali internadas há quase 20 anos, nos piores casos", expõe. "Nós precisamos desinstitucionalizar a vida dos 30 homens e 8 mulheres que se encontram ali; nessa perspectiva, nós precisamos considerar a necessidade de encerrar encaminhamentos para ISM e o HSVP, precisamos fechar a porta de entrada desses asilos e fazer o que a Reforma Psiquiátrica convoca, que é praticar o cuidado no território e em liberdade", observa.
A comissão foi coordenada pela deputada distrital Arlete Sampaio (PT/DF), que destacou o contexto de luta em defesa da democracia e da manutenção dos direitos já conquistados no País e chamou atenção para a necessidade de investimento público na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), sendo acompanhada pelos relatos de profissionais, usuárias e usuários.
Andressa Ferrari, integrante do Movimento Pró-Saúde Mental do DF, chamou atenção para a dívida histórica do Estado brasileiro com usuárias e usuários dos serviços de saúde mental, lembrando os cerceamento de direitos que acompanharam o modelo asilar no Brasil antes da Reforma Psiquiátrica.
Por sua vez, a presidenta do Conselho Regional de Serviço Social do Distrito Federal (Cress/DF), Karina Figueiredo, destacou as necessidades materiais dos equipamentos de saúde mental em funcionamento na região, o que, segundo a assistente social, acaba resultando em novas violações de direitos da população em situação de sofrimento mental grave atendida no Distrito Federal.
