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9 DE AGOSTO: DIA INTERNACIONAL DOS POVOS INDÍGENAS

9 DE AGOSTO: DIA INTERNACIONAL DOS POVOS INDÍGENAS



| PSICOLOGIA EM DEFESA DOS POVOS INDÍGENAS |

9 de agosto: Dia Internacional dos Povos Indígenas

Por Thaynara Sipredi, coordenadora da Comissão Especial de Raça e Povos Tradicionais do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal
 
No Brasil temos mais de 300 etnias, são faladas mais de 200 línguas, mesmo com toda investida do colonizador, que, desde que invadiu este País hoje chamado de Brasil, sempre teve o intuito de apagar nossos costumes, culturas e cosmovisões que aqui já existiam. Fomos proibidos de falar nossas línguas e nossa diversidade foi reduzida a “índios” — termo colonizador. Não éramos índios, somos nações. Xerente, Xavante, Guajajara, Potiguara, Tupinambá, Gavião, Krahô, Javaé, Karajá, Makuxi, Tuxá, Kayapó, entre várias outras. Somos povos da resistência; e desde a invasão seguimos firmes.

O dia Internacional dos Povos indígenas, data criada pela ONU em 1994 com o intuito de homenagear nossas culturas, não pode ser de fato celebrada somente como um momento de alegria. É necessário que sigamos falando de nossas lutas, do quanto as violências do colonizador foram somente se modernizando ao longo dos séculos e seu objetivo continua o mesmo: acabar com nossa existência. Não é em vão que somos invisibilizados dentro de nosso próprio território, Brasil. A insistência em nossa não existência tem como objetivo nos negar direitos, principalmente a questão da demarcação dos territórios indígenas. Por isso, é sempre importante lembrar que o Brasil inteiro é terra indígena, ou seja, não tem um punhado de terra sequer que não faça parte de território ancestral de algum povo indígena que foi de lá arrancado em prol de um desenvolvimento que beneficia apenas a uma pequena parcela da sociedade.

A Psicologia cada vez mais tem caminhado com os povos indígenas, dialogando, compreendendo a urgência em repensar-se enquanto ciência, para que, assim, consiga assimilar as demandas dos povos indígenas e ter instrumentos para realmente contribuir. 

Que neste dia possamos nos lembrar de todas e todos aqueles que foram assassinados por defenderem seus territórios, de todas e todos que estão em constante perigo por esforçar-se na retomada de seus territórios, de todas as meninas e mulheres que tiveram seus corpos violados, de todas e todos aqueles que foram espancados, atacados, xingados, por serem quem são: indígenas. Seguimos firmes. 

É como diz Eliane Potiguara, em seu poema Oração Pela Libertação dos Povos Indígenas:
“Parem de podar as minhas folhas e tirar a minha enxada. Basta de afogar as minhas crenças e torar minha raiz. Cessem de arrancar os meus pulmões e sufocar minha razão. Chega de matar minhas cantigas e calar a minha voz. NÃO SE SECA A RAIZ DE QUEM TEM SEMENTES ESPALHADAS PELA TERRA PARA BROTAR.”



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