As entidades representativas da Psicologia e do Serviço Social se unem, nesse momento de luta e resistência, em apoio à greve das professoras e professores na reivindicação de seus direitos e de uma escola de qualidade.
Manifestamos publicamente o nosso apoio à greve das/os professoras/es do Distrito Federal, por considerarmos justas e necessárias as demandas apontadas pela categoria, uma vez que a valorização social da Educação está implicada no respeito, reconhecimento e na valorização de seus profissionais. Logo, entendemos que tal luta não é só pela conquista e garantia de direito de trabalhadoras/es, como por uma Educação democrática e de qualidade no Distrito Federal.
Convém destacar que, além da defasagem salarial acumulada nos últimos anos, sem ajustes monetários, ressaltam-se os desafios enfrentados por educadores no cotidiano escolar, como a recente onda de violência contra as escolas, estudantes e trabalhadores, bem como as dificuldades referentes aos processos de convivência escolar e à aprendizagem, potencializadas pela crise advinda pandemia da Covid-19.
Destacamos que melhorar as condições de trabalho das/os professoras/es nas escolas públicas envolve a garantia de apoio para o acompanhamento de necessidades educativas que extrapolam o seu fazer pedagógico. Neste cenário, defendemos que a contratação de psicólogas/os e assistentes sociais, em atendimento ao Plano Distrital de Educação (PDE), à Lei Federal 13.935/2019 e à Lei Distrital 6.992/2021, torna-se fundamental para consolidação da luta conjunta das três categorias por Educação de qualidade e emancipadora.
Repudiamos a atual situação de precarização da educação no DF, que é configurada pela falta de profissionais, por condições de trabalho insalubres e pelos baixos salários, tendo o magistério público uma remuneração abaixo do Piso Nacional e mais de 30% de perda inflacionária nos salários. A Secretaria de Educação (SEEDF) conta ainda com a carreira Gestor em Políticas Públicas e de Gestão Educacional, que inclui as especialidades de Psicologia e Serviço Social, que apresenta condições semelhantes às supracitadas.
Cabe ressaltar que atualmente menos de um quarto das escolas públicas conta com um profissional de Psicologia. Já a especialidade de Serviço Social se encontra sem servidores em exercício em quaisquer das quase 700 escolas públicas do Distrito Federal. A falta desses profissionais sinaliza para um cenário de desassistência de estudantes e familiares. Esses fatores tornam a greve um recurso imprescindível para o atendimento de pautas urgentes que garantam a operacionalização da educação pública de qualidade para todos os estudantes do DF.
Por fim, reafirmamos que os ataques proferidos contra educadores e a Educação são tentativas de criminalizar o direito constitucional de greve e a luta da classe trabalhadora.
Assinam esta nota:
Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP 01/DF)
Conselho Regional de Serviço Social do Distrito Federal (CRESS/DF)
Sindicato das Psicólogas e Psicólogos do Distrito Federal (SindPsiDF)
#DescreviParaVocê: card colorido com foto de manifestação ao fundo. Na parte da frente, há um recorte de folha pautada onde está escrito “Nota de posicionamento”. Também aparecem as marcas gráficas do CRESS/DF, CRP 01/DF e SindPsiDF.