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PSICOLOGIA ANTIRRACISTA: JORNADA SOBRE RESISTÊNCIA NEGRA E ANCESTRALIDADE PROMOVE MESAS TEMÁTICAS E APRESENTAÇÃO MUSICAL NO CRP 01/DF

PSICOLOGIA ANTIRRACISTA: JORNADA SOBRE RESISTÊNCIA NEGRA E ANCESTRALIDADE PROMOVE MESAS TEMÁTICAS E APRESENTAÇÃO MUSICAL NO CRP 01/DF


| PSICOLOGIA ANTIRRACISTA |

Jornada sobre resistência negra e ancestralidade promove mesas temáticas e apresentação musical no CRP 01/DF

Com contribuições da conselheira-tesoureira do CRP 01/DF, Glícia Maria Feitoza

No dia 24 de novembro, ocorreu no Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal o evento “Uma jornada sobre vivência da população negra: o que a Psicologia tem a ver com isso?”, tanto de forma presencial, no auditório da autarquia, quanto de forma remota, ao vivo pelas redes sociais. A iniciativa da Comissão de Raça e Povos Tradicionais do CRP 01/DF teve como intuito estratégico aproximar a categoria de reflexões relevantes sobre a negritude para o fazer profissional em Psicologia. 

As atividades da manhã tiveram início com apresentação musical on-line de Ana Béa, psicóloga, compositora e poetisa, traçando pontes entre a Psicologia e a arte: “composições autorais de muita beleza e potência”, opina Glícia Maria Feitoza, conselheira que acompanhou toda a jornada, além de mediar a primeira mesa do dia: "A falácia da resistência para a população negra”. Nela, a palestrante Fabiane Albuquerque abordou o individualismo enquanto ideologia de desintegração do tecido social e enfatizou a relevância da resistência enquanto um fazer político, além de realizar uma retrospectiva histórica sobre o individualismo enquanto uma ideologia neoliberal e suas consequências em relação à forma de lidar com o sofrimento humano. Fabiane ressaltou a maneira como o discurso sobre a resistência individual é uma maneira de adoecer ainda mais a população negra, num raciocínio meritocrático que não reflete a complexidade das variáveis sociais existentes. “Essa lógica individualista gera uma previsão delirante de felicidade, que se torna um imperativo social, que gera por oposição uma redução da nossa amplitude afetiva, ou seja, uma diminuição da nossa própria humanidade e dificuldades em lidar com os afetos negativos, como tristeza, raiva e nojo”, pontuou a mediadora Glícia durante a live.

No período da tarde, a membra da Comissão de Raça, Povos Indígenas e Povos Tradicionais e integrante da Articulação Nacional de Psicólogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es) (ANPSINEP), Daniela Calaça, recebeu a idealizadora da Jornada, a vice-presidenta do CRP 01/DF e coordenadora da Comissão, Márcia Maria da Silva. A conselheira Márcia fez um panorama sobre o Movimento Negro na Psicologia e no Conselho Regional de Psicologia do DF, além de um apanhado sobre a realidade nos quilombos, a partir de um trabalho realizado entre 2016 e 2017 em 18 quilombos localizados no DF e entorno. A psicóloga mostrou registros históricos sobre o processo de acesso às comunidades quilombolas e sobre as violações dos direitos humanos que esse grupo sofre, nos âmbitos da saúde física e mental, transporte, educação, entre outras muitas, inclusive com denúncias de casos de abuso infantil sofridos por meninas quilombolas que teriam sido "leiloadas" por figuras políticas das regiões circunvizinhas.

Na mesma mesa, a psicóloga e historiadora Ana Luisa Coelho teve a oportunidade de compartilhar percepções a partir de sua tese de doutorado “O lado de dentro da rua: o corpo morada nas narrativas de mulheres negras em situação de rua”, premiada pelo CAPES como a melhor tese de Psicologia em 2023. Ela contou sobre como utilizou a metodologia sulafricana do mapa corporal para acessar as narrativas, sonhos e planos das participantes da pesquisa a partir de recursos gráficos. Ana Luísa reafirmou o quanto a perspectiva interseccional é fundamental para a realização de uma escuta cuidadosa e genuína daqueles com quem interagimos enquanto profissionais. 

A última mesa do dia contou com a participação do psicólogo Vinicius Dias, que estuda a saúde do homem negro brasileiro. Em sua palestra, o pesquisador respondeu à indagação “20 de novembro para quê?”, levando em consideração diversas mazelas sociais derivadas do racismo, como políticas de extermínio, encarceramento em massa, higienização social, dentre outras. “20 de novembro, então, para quê? Para a gente reafirmar o nosso contrato antigo com a alegria”, destaca o psicólogo, entre as várias considerações que fez a respeito da data que marca o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. “Eu penso que a alegria pode estar no lugar de uma tecnologia ancestral para as pessoas negras, um compromisso que a gente precisa”, finaliza.

#DescreviParaVocê: o carrossel com imagens coloridas conta com fotografias de pessoas negras das mesas presenciais e on-line do evento, além da marca gráfica do CRP 01/DF.


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