CRP DF promove seminário "Desafios à Psicoterapia na Contemporaneidade"
Profissionais e estudantes de Psicologia lotaram o auditório do conselho profissional
Os desafios à psicoterapia na contemporaneidade despertaram intensos debates nessa quinta-feira (21) durante o seminário realizado no auditório do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP DF) como parte das comemorações regionais ao mês da Psicologia. Além de palestras e explanações de profissionais experientes, os participantes do evento puderam assistir e participar de uma apresentação interativa de psicodrama.
Na abertura do evento, a conselheira presidente do CRP DF, Cynthia Ciarallo, destacou a importância de se pensar a psicoterapia numa perspectiva integrada. “Quando o CRP DF escolheu o mote ‘Psicologia: mais perto do que você imagina’, quisemos justamente deixar mais claro para o DF que a Psicologia que, muitas vezes, pensamos estar restrita a alguns contextos, tem se ampliado cada dia mais”, destacou.
O psicoterapeuta Aldry Sandro Monteiro Ribeiro conduziu a conferência "Desafios à Psicoterapia na Contemporaneidade", que produziu reflexões acerca da importância de analisar o sujeito levando em consideração o contexto em que ele se encontra, a sociedade em que ele vive e, então, pensar a psicoterapia a partir de uma perspectiva psicossocial. O doutor em Psicologia, que também é docente e pesquisador, utilizou-se de abordagem teórica da Psicologia social para problematizar a atuação da escuta e intervenção na psicoterapia, a saber, dimensão intrapsíquica; interpessoal e situacional; posicional; ideológica.
A apresentação teatral “Ser Psicoterapeuta”, do grupo Ser a Dois, mobilizou os psicólogos presentes com uma abordagem reflexiva e interativa do psicodrama. Sob o comando da professora supervisora pela Federação Brasileira de Psicodrama (Febrap), Valéria Brito, e do psicodramatista Kayano Augusto, o grupo emprega, há nove anos, técnicas de teatro espontâneo na modalidade Playback Theatre – que utiliza a o recurso da projeção (conceito estudado na Psicologia) para contar histórias e fazer arte.
No período da tarde, os participantes da Mesa "Psicoterapia: diversidade e contemporaneidade" debateram alternativas para ampliar o acesso à psicoterapia, superar o contexto de medicalização excessiva na sociedade e atender às novas demandas sociais que surgem da diversidade familiar, das relações étnico-raciais e de gênero, entre outras questões da atualidade. "O terapeuta deve ser um agente de transformação social, pois é aquele que tem um olhar sistêmico sobre a complexidade da vida", defendeu a psicoterapeuta Marlene Marra, no que foi ao encontro da fala da conselheira Daniela Santos, que coordenou o debate da tarde. "A psicoterapia deve ir além do setting terapêutico. Todos estamos dentro de um contexto e é essencial que possamos ampliar a nossa atenção para tudo o que perpassa o sofrimento das pessoas que atendemos", ressaltou.
Ao fim do encontro, a conselheira reforçou o convite para participação das psicólogas e psicólogos na sessão solene que acontecerá no dia 25 de agosto na Câmara Legislativa do Distrito Federal e na mostra do dia 30 no Parque da Cidade, no que foi acompanhada pela doutora em Psicologia Maria Penha Nery, que também integrou a mesa. "Quando o conselho de classe abre as portas para o diálogo com foco na orientação profissional, não podemos deixar de aproveitar essa oportunidade de criarmos novas redes e compartilharmos experiências. Vejo isso como uma forma de integrar o conhecimento à prática", concluiu.