Especialistas convidados abordaram os desafios à Psicologia
O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP DF) recebeu nessa quarta-feira (22) especialistas de diversas áreas em Mesa de Debate que discutiu os desafios à Psicologia no campo do acolhimento institucional infantojuvenil.
As discussões foram mediadas pela presidente do CRP DF, Sueli Vieira, e pela conselheira Cynthia Ciarallo, que ressaltou o esforço do conselho profissional em proporcionar espaços de debate sobre os diversos campos de atuação da Psicologia. "O acolhimento institucional, que envolve, entre outros, o direito à convivência familiar e comunitária, é uma política de grande importância para a população e um lugar que deve ser pensado pela Psicologia também sob a perspectiva da garantia de direitos", observou.
Conselheiro regional de Serviço Social, Leonardo Ortegal abordou o diálogo interdisciplinar e a complexidade da atuação em políticas públicas. "Trabalhar com política pública é sempre desafiador, mas quando o profissional não teve a devida formação, esse desafio fica ainda complexo", destacou.
Supervisora da Seção de Fiscalização, Orientação e Acompanhamento de Entidades da Vara da Infância e Juventude (VIJ/TJDFT), Vânia Sibylla Pires explicou sobre o funcionamento e as rotinas da Vara da Infância e conselhos tutelares, chamando atenção para a grande demanda de serviços no Distrito Federal, que conta, segundo ela, com cerca de 380 crianças e adolescentes acolhidos e 410 processos em tramitação no Judiciário. "É importante saber que precisamos lidar com as surpresas do cotidiano, com uma bagagem teórica e com a necessidade de uma formação para lidar com esses contextos", pontuou.
Supervisora substituta da Seção de Colocação Família Substituta da VIJ/TJDFT, a psicóloga Niva Maria Vasques defendeu o conselho profissional como um espaço contínuo de debate. "É uma grande oportunidade que o CRP DF está oferecendo para compartilharmos nossas experiências, construir conhecimento e fortalecer redes para atuação no campo do acolhimento institucional", avaliou.
Psicólogo do Instituto Berço da Cidadania, que promove ações voltadas à convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco, Cícero Nunes Menezes relatou experiências e resultados de projetos do instituto, destacando o esforço de articulação de redes e a relevância da formação continuada. "O trabalho em rede é fundamental para o nosso trabalho e um aprendizado diário", ressaltou.
Psicólogo da Unidade de Acolhimento para Crianças e Adolescentes em Situação de Rua da SEDESTMIDH/GDF, Neurialan de Paula Araújo pontuou sobre as especificidades do público atendido no campo do acolhimento institucional. "O sujeito precisa ser respeitado e o nosso trabalho deve ser construído nesse sentido", observou.
Promotora de Justiça da Infância e Juventude, Leslie Marques de Carvalho abordou a interdisciplinaridade da atuação em políticas públicas, destacando a importância de superação da lógica hierarquizante entre as profissões. "Discutir o acolhimento institucional não é uma questão apenas voltada para psicólogas e psicólogos ou para quem atua nessa medida, mas para todos que, de alguma forma, estão comprometidos com a garantia de direitos da criança e do adolescente", argumentou.
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