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PSICO-ONCOLOGISTA FALA SOBRE ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO NO TRATAMENTO DE CÂNCER

PSICO-ONCOLOGISTA FALA SOBRE ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO NO TRATAMENTO DE CÂNCER


No mês da conscientização, prevenção e luta contra o câncer de mama, o CRP DF conversa com Gláucia Flores sobre a Psicologia Oncológica

gláucia           O movimento popular #OutubroRosa ocorre mundialmente a cada ano com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a realidade atual do câncer de mama e para a importância do diagnóstico precoce. Nesse contexto de tratamento e conscientização a respeito do câncer de mama, assim como em relação às demais tipificações da doença, a Psicologia tem papel fundamental, o que deu origem, inclusive, a uma área específica de atuação profissional: a Psico-oncologia.

A Psico-oncologia – ou Psicologia Oncológica – surgiu na década de 1970, em Nova York e veio para o Brasil no final dos anos 1980. Trata-se de uma especialidade da Psicologia (ou seja, exige formação específica) e, ao mesmo tempo, uma subespecialidade da Oncologia. A Psicologia Oncológica consiste em acolhimento e suporte psicológico para pacientes diagnosticados com câncer e/ou seus familiares. Em diálogo com o CRP DF, a psico-oncologista Gláucia Flores informou que, além de sessões em consultórios e clínicas, pode ocorrer atendimento domiciliar e hospitalar, quando necessário, bem como grupos de apoio aos pacientes e suas famílias, que podem procurar o tratamento de forma espontânea ou ainda serem encaminhados por médicos e outros profissionais de saúde.

Para aprofundar o assunto, o Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal conversou com a psicólogaGláucia Flores, que é especialista em Psicologia Oncológica pelo Instituto Nacional de Câncer - INCA-RJ e fez sua Residência Multiprofissional em Cancerologia pelo Hospital Erasto Gaertner em Curitiba-PR. Gaúcha, está em Brasília há dois anos, onde atua como Psico-oncologista no Instituto Aliança de Oncologia em Brasília e na Clínica de Psicologia Arkamatra. A trajetória de Gláucia como psicóloga já soma dez anos de atuação, dos quais sete foram dedicados à área da Psicologia-oncológica. Confira a entrevista:

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  •  Outubro Rosa é uma campanha de alcance nacional e internacional, realizada desde a década de 1990. Qual é sua opinião a respeito da efetividade desta campanha?
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\r\nAcredito que a cada ano o Movimento Outubro Rosa vem ganhando mais força na sociedade. Percebe-se um aumento de vários setores aderindo, como empresas, Ongs, escolas, etc.  Campanhas como o Outubro Rosa e o Novembro Azul, que começará em breve, são de extrema relevância para trazer à tona reflex​ões​ sobre essa doença que se tornou um problema de saúde pública atualmente. Toda iniciativa que possibilite a orientação e disseminação de informações sobre o câncer, são fundamentais até mesmo para desmistificar os inúmeros tabus e estigmas que ainda cercam o adoecimento por câncer.

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  • Qual é o papel da Psicologia no tratamento de mulheres com câncer de mama? E nas campanhas de conscientização, prevenção e luta contra o câncer de mama? 
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\r\nA Psicologia tem um papel importante no tratamento, pois o câncer de mama traz modificações e alterações tanto físicas quanto emocionais e, nesse aspecto, a Psicologia com todo seu aporte teórico e técnico pode dar uma significativa contribuição para aqueles que atravessam o momento de doença e tratamento.

Atuar na prevenção também é umas das possibilidades da Psicologia, pois quando falamos em prevenção, estamos falando, dentre outras coisas, em modificação de comportamentos e hábitos e, nesse aspecto, sabemos que a Psicologia pode contribuir imensamente.

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  • O que é a Psico-oncologia? Por que o acompanhamento Psico-oncológico é necessário para as(os) pacientes com câncer e a família delas(es)?
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\r\nA Psico-oncologia é considerada a área de inte​rface​ entre a Oncologia e a Psicologia.  É a área da Psicologia que se dedicou a estudar os fatores emocionais e psicológicos relacionados ao adoecimento. A Psico-oncologia tem como um de seus principais objetivos, oferecer ao paciente e família, apoio, suporte e acompanhamento psicológico que possibilite enfrentar a doença e obter a melhora da qualidade de vida em todas as etapas, desde a prevenção, diagnóstico, tratamento e seus desdobramentos.

Sabe-se que a doença e o tratamento trazem mudanças significativas na vida da pessoa/família e muitas vezes é necessária uma adaptação a essa nova realidade e assim, a pessoa se readaptar no âmbito psicossocial. Nesse sentido, a Psico-oncologia entra como a especialidade que vai colaborar nesse enfrentamento, proporcionando um espaço de escuta diferenciada e acolhimento, onde as questões emocionais do adoecer poderão​ ser expostas, compartilhadas, sentidas​, pensadas​ e cuidadas.

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  • Qual é a importância da Psico-oncologia especificamente nos casos de câncer de mama?
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\r\nAlém de ​​todas as possibilidades de atuação e importância já expostas, podemos destacar especialmente as pacientes afetadas pelo câncer de mama. Sa\r\nbemos da importância​ e do significado simbólico​ que a mama​ representa​ para a mulher e, quando em tratamento para ​um ​câncer ​que afeta essa parte específica,  poderão surgir questões específicas relacionadas às alterações na imagem corporal, sexualidade, autoestima e tantos outros aspectos que interferem e afetam a qualidade de vida da mulher. Aí também entra a importância do acompanhamento psicológico realizado por profissionais especializados na área de Psicologia Oncológica e dessa forma, contribuir para a minimização do sofrimento advindo dessa problemática.

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  • Como é a situação da Psicologia Oncológica no DF?
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\r\nEssa é uma área que está crescendo e em ​franca ​expansão. Atualmente não são muitos os profissionais especialistas em Psicologia Oncológica no DF, mas o interesse pela área está crescendo, o que é excelente, pois precisamos de profissionais capacitados para atuar na área oncológica. Importante salientar que o Hospital Universitário de Brasília - HUB oferece residência multiprofissional em atenção oncológica, o que possibilita a formação de novos psicólogos aptos a atuar na área.

 

 

 

 



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