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JANEIRO BRANCO: CONFIRA O ARTIGO DA PSICÓLOGA ANDREA CHAVES "SAÚDE MENTAL E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA"

JANEIRO BRANCO: CONFIRA O ARTIGO DA PSICÓLOGA ANDREA CHAVES "SAÚDE MENTAL E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA"


Saúde Mental e a Pessoa com Deficiência

Autor: Andrea Chaves - CRP 01∕13550 | Psicóloga e Mestre em Psicologia Social Organizacional e do Trabalho, com experiência de 12 anos na inclusão de pessoas com deficiências. Servidora Pública da SES-DF atuando na Equipe de Saúde Mental do SAMU, projeto pioneiro que visa atender intervenção em crise em APH (atenção pré-hospitalar). Psicoterapeuta, Palestrante e Consultora de empresas públicas e privadas, com atestados de capacidade técnica e títulos de notório saber. Apaixonada por vidas e pela completude do diferente. É pessoa com deficiência visual parcial e acredita que somos uma tríade: Corpo, mente e Espírito e essa integração é que trás Saúde Mental. | Contatos: 9 9105-2731 | chavesandreab@gmail.com

Vamos adotar dentre muitos o conceito do Dr. Lorusso sobre saúde mental:

Saúde Mental é o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas. É a capacidade de administrar a própria vida e as suas emoções dentro de um amplo espectro de variações, sem, contudo, perder o valor do real e do precioso. É ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações sem perder a noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude máxima, respeitando o legal e o outro. (Dr. Lorusso)

A Convenção Internacional Sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, assinada em Nova York, em 30 de março de 2007, trouxe o conceito mais adequado ao mundo contemporâneo:\r\nArtigo 1 (...) Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.

O Brasil hoje pode ser considerado o país que mais tem leis de acesso e inclusão para as Pessoas com Deficiência. Agora será que essas leis são cumpridas? Como é a Saúde Mental de alguém que não está enquadrado ao padrão dito “normal”. Será que ser deficiente é normal?

Esses e outros questionamentos fazem parte do deitar e levantar de muitas pessoas com deficiência. Ao longo da minha carreira me especializei em inclusão da Pessoa com Deficiência no trabalho. Porém percebi que muito antes do mercado de trabalho, a inclusão atitudinal dessas pessoas era o mediador para uma colocação efetiva no mercado de trabalho.

A Saúde Mental, por sua vez, era outro estigma. Se estou com dor no olho, busco um oftalmologista imediatamente. Agora se a dor, o desajuste for na mente, no espírito, nas emoções, buscar ajuda psicológica ou psiquiátrica ainda é um tabu. Como se essas demandas fossem “coisa de gente fraca”, então, a cada dia vemos crescer o número de suicídio no nosso país. Imagina além de lidar com a deficiência, às vezes adquirida no “auge” da vida, administrar a Saúde Mental sem a ajuda de um profissional.

Agora como ter saúde mental e equilíbrio, convivendo com pessoas que te olham diferente só porque você usa uma cadeira de rodas, ou fala em língua de sinais – LIBRAS e quase ninguém entende nada. Como administrar a própria vida, quando as pessoas ao seu redor te olham como alguém incapaz de produzir? Ou quando as pessoas acham que você não é deficiente só porque sua deficiência não é visível aos olhos.\r\nSão tantas perguntas, são tantos relatos de dor, de discriminação, de rótulos.

Mas, felizmente existem profissionais chamados: Psicólogos, Psiquiatras, Assistentes Sociais, Enfermeiros, condutores que fazem parte de uma Equipe Multiprofissional que acreditam na vida com tudo que ela tem e com tudo que ela não tem.\r\nAo longo dos anos também pude ver um secretário de turismo que ficou paraplégico em uma queda de domingo e, em vez de entregar-se à “perda” do movimento das pernas, se doou para a vida. A vida que corria em suas veias e em três meses teve saúde mental, equilíbrio emocional e um repertório interno que o fez “adaptar-se”, tirar sua nova carteira de habilitação e VIVER.\r\nAcompanhei de perto duas irmãs, com lesões que as fazem tetraplégicas, com movimento apenas das mãos se tornarem mulheres lindas, analista do Tribunal de Justiça e analista de sistemas de uma multinacional. Com Saúde Mental para percorrer o Brasil viajando em suas cadeiras de rodas, sim elas têm cadeiras motorizadas.

Tive o privilégio de atender uma jovem surda, casada com um surdo, que tiveram um filho ouvinte. E sim, é uma família ajustada.

Então compreenda que se eu não posso ser igual a você, me deixe ser eu mesma, e no máximo me valorize como diferente. Porque ser Deficiente é Normal.

É possível ter equibilíbrio emocional, com as exigências ou vivências externas, cada um administrando sua própria vida e quando a caminhada ficar cansativa, poder contar com os companheiros de jornada.

“Mas, se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, pode reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, atividade e perseverança.” Rui Barbosa

Ajuste-se! Equilibre seu CORPO, MENTE e ESPÍRITO. E conte conosco.

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