Audiência pública promovida pelo Ministério Público Federal discutiu perspectivas de geração de emprego e renda, acesso a recursos e alternativas para o fortalecimento dos serviços oferecidos
A conselheira regional Cássia Relva representou o Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP 01/DF) na audiência pública promovida pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão que discutiu a "Criação, implementação e aprimoramento de políticas públicas em favor de pessoas em situação de rua" na última quinta-feira (26) em Brasília.
Na oportunidade, a conselheira destacou os resultados da pesquisa realizada pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) em 2012, ressaltando que os serviços oferecidos no âmbito na assistência social ainda não conseguem abranger uma série de demandas da população em situação de rua, como questões de gênero e de acesso em uma perspectiva de garantia de direitos. "No Distrito Federal, por exemplo, o que a gente percebe no relato de psicólogas e psicólogos que atuam nessa área é um déficit de profissionais nos serviços ofertados", observou. "O que o Estado precisa fazer é garantir o direito e a oferta de serviços para essa população, e ainda existe uma perspectiva muito moralista no sentido de enquadrar essas pessoas", completou, ressaltando que as políticas de assistência social devem respeitar a vontade e o tempo de cada indivíduo.
Durante a audiência, representantes do poder público apresentaram os serviços oferecidos, o que pôde ser avaliado pelos atores e entidades da sociedade civil. Pesquisadores da área chamaram atenção para a dificuldade de monitoramento das políticas voltadas à população em situação de rua, considerando que o Brasil não conta com dados oficiais de larga escala e apenas 34,5% dos municípios brasileiros possuem estimativa da população de rua, segundo o Censo SUAS 2013-2015.
Atento a esse contexto, o CRP 01/DF criou no atual plenário a Comissão Especial de Psicologia na Assistência Social (COMPAS), com o objetivo de fortalecer o diálogo com os promotores da política no sentido de orientar e aprimorar a atuação da (o) psicóloga (o) na área, reafirmando o compromisso do conselho profissional com a política de assistência social na garantia de direitos.