Cenário político conservador no País preocupa profissionais da área
Os desafios de uma atuação profissional voltada para a garantia de direitos e superação de lógicas patologizantes foram alguns dos assuntos que dominaram os debates da última sexta-feira (12) durante o I Seminário do Núcleo Brasília do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade.
Na Mesa de Abertura, a conselheira regional Luiza Pereira pontuou a articulação com deputados distritais pela aprovação de projeto de lei que institua o Dia de Luta contra a Medicalização da Educação e da Sociedade.
O psicólogo e mestre em Ciência Política com foco em Direitos Humanos, Cidadania e Violência, Marden Filho, trouxe dados de políticas de saúde mental no sistema penitenciário, chamando atenção para os altos índices de medicalização e condições dos hospitais de custódia.
A psicóloga, Doutora em História Cultural e Mestre em Psicologia e Sociedade, Flávia Lemos, trouxe para o debate reflexões do filósofo francês Michel Foucault sobre o tema punição, propondo uma discussão sobre o atual contexto de desenvolvimento de políticas públicas no Brasil. "Devemos cuidar para que o campo moral não destitua a cidadania dos sujeitos", defendeu.
A conselheira regional e doutora em Psicologia, Tatiana Lionço, tratou das contribuições da Psicologia nos últimos anos na defesa da laicidade do Estado e na superação da lógica medicalizante nas questões de sexualidade e gênero. "Nós da Psicologia respeitamos os direitos de fé das pessoas, o que não significa que devamos concordar com a patologização que alguns líderes religiosos pregam sobre questões de gênero e sexualidade", pontuou.
Pós-doutora em Sciences de L\?Education, mestre e doutora em Psicologia, a professora Regina Lucia Pedroza trouxe para debate o tema da medicalização da Educação e da Escola, chamando os presentes para refletir sobre o papel do psicólogo escolar. O tema foi lembrado também pela mediadora do debate e psicóloga convidada pelo CRP DF, Teresa Rachael, que destacou o questionamento sempre presente nos encontros do projeto "Diálogos: PSI em foco".
A psicóloga e mestre em Educação, Raquel de Alcântara, que tem longa experiência com equipes de apoio à aprendizagem, ressaltou a urgência de estratégias no âmbito das políticas públicas contra a lógica medicalizante na Educação.
No encerramento do seminário, membros da Secretaria-Executiva do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade apresentaram as propostas de trabalho do coletivo, convidando os profissionais do Distrito Federal para participarem dos debates. "Esse movimento precisa ter um pé fincado em Brasília pois é daqui que emanam as políticas públicas para todo o País", argumentou o secretário-executivo do Fórum, Rui Massarato, ao final do encontro.
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