Relacionamento Sexual
Por Marízia Bonifácio
O relacionamento sexual, enquanto tema, requer abordar sobre o desenvolvimento do ser humano desde a fase fetal (anterior também) e sua interação com os ambientes e situações que contribuem ao processo de aprendizagem.
As interações favorecem o desencadear dos estímulos internos e externos e estes geram a prontidão para a emissão de comportamentos e aquisição do então desejado, aquilo que irá saciar seus desejos. A interação humana ocorre de forma holística e permite a ocorrência do crescimento e amadurecimento individuais.
Sabe-se que existem dois tipos de relacionamento: o interpessoal e o intrapessoal. Para se ter relacionamentos equilibrados, é necessário exercitar continuamente o autoconhecimento, buscando descobrir "quem sou eu”, “como estou comigo mesmo e com os outros”, “de que forma sou contaminado(a) e contamino”, além de refletir sobre como limpar as emoções negativas e interagir com equilíbrio e prudência, sem deixar morrer o eu interior.
Até aqui revisamos a formação dos conceitos individuais, onde fica claro que ninguém é igual. As emoções são individuais e únicas. Então por que todos desejam sentir igual ao que viram, leram ou ouviram de outros?
Relacionamento sexual, enquanto ato-exercício do sexar, ocasiona a liberação das emoções inconscientes e conscientes. O indivíduo tem dentro de si a soma de todas as emoções já vividas, e ali estão também medos, fracassos, conquistas, ansiedades e tantas outras emoções.
Vivemos um momento de extrema libertação e este pode ser o maior enfrentamento das limitações e frustrações individuais: o sexo pode, também, funcionar como fuga e se tornar o seu maior inimigo. Falar sobre sexo até hoje é um tabu social. Mesmo com toda facilidade de informação da atualidade, e, dependendo de como é abordado, a barreira religiosa e social atua de forma limitante. Temos o acesso via internet rico em material lúdico e agressivo. Ele é livre – adolescentes e adultos têm o estímulo visual disponibilizado. Estímulo esse que, aliado à falta de orientação adequada, pode até estimular a curiosidade pelo sexo de forma errônea. É preciso educar para que o sexo saia do proibido para ser o sexo responsável, pois a natureza humana é perversa e pervertida.
O falar sem constrangimento sobre desejo e vivências, possibilita a que jovens e adultos, com vivência prática ou não, se beneficiem de tudo que o autoconhecimento propicia, qual seja, do como se relacionar consigo mesmo e ter sucesso também no relacionamento sexual.
Marízia Bonifácio é psicóloga e sexóloga. Atualmente, apresenta o programa Sexo Sem Frescura na Rádio Ação FM (98.1 - Brasília), que vai ao ar toda terça-feira, às 22h. Escreveu um livro homônimo (“Sexo Sem Frescura”) e outro intitulado “Sex, 7 second’s”.
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