A conselheira Tania Inessa representou o Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP 01/DF), na última segunda-feira (18), no ato virtual promovido pelo Sistema Conselhos de Psicologia para abertura da Semana da Luta Antimanicomial no Brasil.
Na oportunidade, a psicóloga ressaltou a importância do esforço coletivo para os urgentes avanços na política brasileira de saúde mental: “O dia 18 maio é sempre um dia de alegria porque é um dia em que a gente se reúne para comemorar a luta que a gente exerce todos o dias (porque, para a gente, todos os dias são antimanicomiais, todos os dias são de esforço para a gente conseguir uma sociedade sem manicômios e de todos o tipos de manicômios)”, observou.
“Eu falo para os meus alunos: está em marcha um processo inevitável. Nós vamos acabar com os manicômios. Eu consigo me imaginar, ou pelo menos, conseguia me imaginar falando para os meus netos: vocês não vão acreditar, mas na época da vovó havia uma instituição pavorosa, uma das instituições mais cruéis e mais tolas onde a gente pegava a pessoas no momento mais vulnerável de sofrimento e colocava todas trancadas, violentadas, longe da vida e das pessoas que as amam”, continuou a conselheira em sua fala durante o ato.
A psicóloga pontuou sobre o momento político vivido pelo País e pediu força aos pares: “Que neste tempo estejamos mais próximos, juntos e resistindo para superar mais esse obstáculo e outros que vierem porque uma sociedade sem manicômios é uma marcha inevitável, é o único caminho digno”, completou.
A presidenta do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes, foi quem coordenou o ato virtual do dia 18 de maio, salientando os desafios da saúde mental no País: “No contexto atual, de ameaças nada veladas ao Estado democrático de direito, não posso me furtar a fazer o paralelo da luta antimanicomial com a luta pela democracia no Brasil. As duas nasceram praticamente juntas, se misturam e se complementam. Agora, anos depois da nossa redemocratização, estamos diante de um duplo ataque: à democracia, quando escutamos discursos e manifestações pedindo o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, pedindo a volta à diradura, e ataque aos direitos e conquistas da luta antimanicomial, ao cuidado em liberdade, quando presenciamos o avanço da lógica manicomial financiada inclusive pelo próprio Estado”, observou.
A data contou ainda com um bate-papo ao vivo com o tema “Covid-19 e a defesa da Luta Antimanicomial”. A ação, além de marcar as três décadas do Movimento da Reforma Sanitária, integra os esforços do Sistema Conselhos de Psicologia em discutir a atenção psicossocial ao longo do ano com a campanha “de janeiro a janeiro”.