Bem-Vinda(o)!

O CRP 01/DF está de cara nova!

Mas se você quiser ainda é possível acessar o site antigo no menu acima


13 DE MAIO: DIA DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

13 DE MAIO: DIA DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA


| 13 DE MAIO |

Dia da Abolição da Escravatura

Neste 13 de maio que se aproxima, em que fazemos referência ao dia que determinou o fim da escravização no Brasil, cabe registrar que esse foi um processo incompleto, considerando que não houve políticas de integração da população escravizada na sociedade. O fim da escravidão no País ainda é uma conquista a ser alcançada. 

Até a abolição oficial, houve muita luta de movimentos abolicionistas, revoltas de pessoas negras, fugas organizadas e construção de quilombos. Por fim, o Brasil foi o último país da América Latina a considerar negras(os/es) libertas(os/es). 

Após mais de três séculos escravizadas, pessoas negras não receberam nenhum tipo de indenização ou apoio para a nova vida que teriam pela frente e, assim, saíram das fazendas de mãos vazias para as periferias das grandes cidades: sem estudos, sem ações integrativas, passaram a exercer trabalho precário e mal remunerado. Cabe mencionar que a pobreza, a falta de oportunidades e a criminalização de hábitos e cultura negros contribuíram para perpetuar a invisibilização da população negra e a naturalização da exploração e da violência contra pessoas negras.

É fato que, nas últimas décadas, o Estado brasileiro vem avançando normativamente no combate ao racismo e pela igualdade de direitos. Um exemplo recente é a criação do Ministério da Igualdade Racial, que tem como atribuição elaborar políticas e diretrizes destinadas à promoção da igualdade racial e étnica, de ações afirmativas para quilombolas, povos e comunidades tradicionais, além das cotas raciais nas universidades e tantas outras iniciativas de inclusão.

No entanto, políticas afirmativas não bastam. É necessário superar o capitalismo para que o racismo estrutural acabe. É fundamental, para que a população negra possa viver dignamente, possa ocupar espaços de decisão, possa gozar da humanidade, que uma nova lógica de reprodução material do mundo seja estabelecida. A base da pirâmide social é composta majoritariamente por mulheres pretas, seguidas por homens pretos. São trabalhadoras e trabalhadores que tem sua vida roubada pelos senhores: pelos banqueiros, ruralistas, falsos profetas, militares, grandes comerciantes e aristocratas, sim, pois o Brasil é um País de castas sociais.

No caso brasileiro, apesar do aumento de mulheres e pessoas negras no Congresso Nacional, o total de homens brancos eleitos somam mais de 70%. De acordo com o Instituto Ethos, nas maiores empresas brasileiras pessoas negras ocupam menos de 30% dos cargos de liderança. É preciso sair da lógica de um único mundo possível e cabe à Psicologia participar da descolonização brasileira, ainda em andamento.

A Comissão de Raça, Povos Indígenas e Povos Tradicionais do CRP 01/DF vem a público homenagear mulheres negras psicólogas, cujo trabalho é revolucionário:
 
Maria Aparecida Silva Bento, conhecida como Cida Bento, psicóloga e ativista, Fundadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades – CEERT. Ela desmascara o “pacto da branquitude”, título do seu livro pela Companhia das Letras. Esse pacto não se revela apenas no ambiente do trabalho, mas constitui uma das principais engrenagens do sistema capitalista.
 
Maria Lucia da Silva, psicóloga, psicanalista psicoterapeuta; co-fundadora do Instituto AMMA - Psique e Negritude; fundadora da Anpsinep. Lucinha nasceu em Mirassol, SP, em 1949. É Empreendedora Social ASHOKA desde 2005. Lidera a luta contra o racismo e pela igualdade de oportunidades para negros(as) no país.

Ana Luísa Coelho Moreira, psicóloga e doutora em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília. É também servidora pública federal e desempenha a função de Analista Técnica de Políticas Sociais no Ministério da Igualdade Racial. Sua tese, intitulada “O lado de dentro da rua: o corpo-morada nas narrativas de mulheres negras em situação de rua”, aborda a subjetividade de mulheres negras em situação de rua e os inúmeros atravessamentos interseccionais, entre eles raça, gênero e classe. Ana Luísa destaca que, no período da escravidão, “corpos negros passaram a ser condenados em sua própria existência, dentro de um processo de morte em vida, aprisionamento e propriedade (...). Assim, a escravidão instaurada no Brasil provocou uma brusca ruptura na memória do povo africano, interrompendo a condição de sujeito em vida e transformando o corpo em mercadoria, objeto, fragmentos.“De maneira simbólica, é possível fazer uma reflexão sobre o período pós-abolição, em que o dia 14 de maio de 1888, um dia após a assinatura da Lei Áurea, deflagra a legitimação da situação de rua no Brasil. A população negra, até então escravizada, adquire um novo status de (pseudo) liberdade e ganha a rua como moradia. Assim, a situação de rua ganha a envergadura de fenômeno, fruto da omissão do Estado e, consequentemente, da ausência de políticas públicas e políticas reparatórias para a população recém-liberta. Essa negligência foi deliberada e os negros foram ignorados após findado o período escravagista.”

#DescreviParaVocê: além de parte do conteúdo textual acima, as imagens contam com a fotografia de rosto das três psicólogas homenageadas, a marca gráfica do CRP 01/DF e ícones de curtir, comentar, salvar e compartilhar.


Foto
Foto
Foto
Foto
Foto
Foto
Foto
Foto
Foto

<< Ver Anterior Ver Próximo >>