Evento reúne mostras, painéis, workshops, lançamento de livros e outras ações ligadas à Psicologia
Na noite do dia 25 de agosto, o Centro Universitário UDF deu início à 2ª Semana do Psicólogo, evento anual que, desta vez, ocorre simultaneamente a outros dois: o 1º Encontro de Psicologia: Ciência e Profissão e o 1º Sarau Psicológico. A presidente do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal, Cynthia Ciarallo, participou da conferência de abertura, ao lado do professor adjunto do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília Ileno Izídio e do professor coordenador do curso de Psicologia do UDF, André Luís Ferreira Moniz, que conduziu os trabalhos, como anfitrião. O tema central deste ano é “Os impactos da Psicologia na sociedade brasileira: a política da ciência e profissão”.
“A missão da nossa profissão é garantir direitos às pessoas”, defende a conselheira do CRP DF Cynthia Ciarallo, enfatizando aos alunos e demais presentes que o lugar da profissão de psicóloga(o) é extremamente potente e necessita uma visão crítica em seu fazer, para que seja possível observar as minorias políticas e produzir uma Psicologia para o Brasil, o que ela considera, ainda, um desafio para as(os) profissionais. “Se a gente quer que avance a profissão e que a profissão impacte, de fato, na nossa sociedade, então temos que produzir uma Psicologia para o Brasil, isto é, ter leitura política e crítica das demandas que estão postas”, observa a presidente. “As referencias de atuação não terminam na faculdade, elas se prolongam”, alerta.
O professor Ileno Izídio – que também é psicólogo clínico, em especial no campo da saúde mental - falou da psicologia clínica como uma forma de olhar o mundo e da necessidade de o psicólogo estar preparado para lidar com questões sobre populações vulneráveis, exclusão, drogas, pessoas com falta de necessidades básicas, violências (contra a mulher, contra o idoso, contra o morador de rua, nas relações de gênero, conjugal, sexual, psicológica...), saúde mental etc., não só no sentido de aplicar técnicas, mas de aprender a pensar criticamente os fenômenos complexos que cada uma dessas situações vai demandar. Como exemplo disso, ele colocou seu olhar filosófico sobre a questão do sofrimento psíquico: "sofrer é um fenômeno fundamental que não é só do louco, não é só do drogado, é nosso. Sofrer todo mundo sofre. Nós somos seres de cuidado, precisamos ser cuidados para existirmos como seres humanos". Para o professor, as chamadas doenças mentais são, na realidade, condições especiais. "As pessoas são assim. Elas estão no mundo assim. Elas dão conta do mundo assim. A gente faz o diagnóstico e às vezes quer tirá-las desse mundo, onde talvez elas tenham que ser assim. Essa é uma das questões que eu acho que a gente realmente precisa repensar, porque tem impacto na nossa atuação e na realidade", reflete.
Ao final, os alunos puderam fazer perguntas e comentários, uma forma de participarem ativamente da conferência.
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